Passamos a limpo todo o nosso passado com um aceno. Passamos por todos os lugares que conhecíamos.

Passamos por cima de um passado distante e recuperamos, em pouco tempo, toda a história que se passou.

Passamos a acreditar que nada tinha mudado e que continuávamos os mesmos, mesmo depois de passado tanto tempo. Passamos a acreditar em um daqueles passados dos ultra-românticos, em que tudo parece dar certo.

Passamos a ser menos conservadores. Menos cautelosos. Menos preocupados com o que acontecera no passado.

Agora éramos jovens de novo. Não acreditávamos mais em medo. Não acreditávamos nem no que o passado nos tinha ensinado.

Nada se passava por nossas cabeças.

A não ser o que ainda poderia se passar.

Sépia.