Tuesday, May 29, 2007

E esse gosto salgado de ontem que não sai da boca? Tanta sede que ele dá. Falta de ar.
Você, assim, meu romancezinho urbanóide. Sim, romance.
Um desses de cheiro de latex e cigarro. E Hall's. E cuba-libres. Livres.
Desses que acontecem em todas as cidades. De sofás em sofás. De cafés e museus.
De jornais lidos tarde da noite. De perda da hora.
Da Avenida Paulista.
Minha rua preferida.
Você que enche meu ouvido de besteiras, que eu gosto de acreditar. Meus ouvidos cheios de buzina, de telefones, de sons. E caos.
Meu som preferido.
Você que me abraça já tarde e não tarda a me beijar, meio sem jeito.
Que me deixa sem jeito.
Que sorri sem se importar. Que não pergunta nada. Que não faz questão de explicar.
Você de casaco marrom e muito frio. E noite, sempre noite.
Em filme estrangeiro sem legenda e nada de romances. Em imagens e sons de guitarra.
Você que não parece ser daqui. Sempre distante. Mais perto do que consigo tocar.
Sempre entre esquinas e prédios. E prédios.
And there comes the moon thinner than a watchspring