Wednesday, June 21, 2006

Thanks, Miranda July

Com o risco de soar meio Carrie Bradshaw dos trópicos, uma pergunta me ronda ultimamente: Quando e como sabemos que estamos em uma relação? O que precisamos saber ou provar para poder classificar a exsitência da tal relação? Precisamos que se torne público para ser oficial ou o que importa é somente o que os envolvidos sentem?

Falar em envolvidos ainda leva à uma outra série de indagações. Como podemos saber que existem envolvidos se não existem evidências? Tentar encontrar os atores dessa charada seria o mesmo que tentar achar um criminoso sem seu crime.

Coisa de um ano atrás vi um filme com nome sugestivo: Me and You and Everyone We know da Miranda July (achou que eu não ia explicar o título, né?). No minuto que vi o poster do filme, não tive dúvida: Um ingresso, por favor.

Sinopse e história a parte, será que é isso então? Precisamos de todos envolvidos para validar o que somente nós sentimos ou isso seria mais um capricho dos menos apaixonados? Uma coisa é certa, qualquer relação em algum ponto deficiente pode precisar de uma muleta.

As formas de enganar o coração são muitas. Existem opções pra todos os gostos. Podemos começar com o já clichè do "carinha casado", namorar com o moço difícil averso à contatos familiares e avançar até os pretês de messenger, que são a mais moderna novidade que a tecnologia nos permite.

A única coisa igual em tudo isso é o resultado. Perigoso, Infalível e Inevitável.

Irá da veia dramática de cada uma o quê fazer quando o inverno chegar. Se for como eu, o destino é certo: o telefone! Não tem como passar por uma crise de coração partido sem contar todos os detalhes, digo todos mesmo, para todas as suas amigas, Não posso evitar.

Algumas são um pouco mais contidas e choram baixinho no chuveiro, quando é mais seguro. Outras mais enérgicas e colocam a culpa no álcool. Todas acabam com alguns chocolates, que quanto mais caros, mais eficazes.

Perguntar o porquê de cair nessa cilada óbvia é a pergunta errada a ser feita. A pergunta é: Por que não acontece com mais frequência?

O coração é definitivamente um músculo pequeno. Muito pequeno. Não é feita de espaço sua virtude. Nele cabem poucos. Mas o que falta em tamanho, sobra em elasticidade.

Sua capacidade motora é alta e voraz. Ele precisa bater e precisa de motivo. Mas ele não é racional. Não, nada disso. Muito pelo contrário. Ao invés de procurar o novo, ele opta pelo que conhece. Procura pelo que sabe identificar, decifrar. E aí, Voilá. Temos um terreno pronto e fértil para os mais variados antídodos contra o tédio e a impaciência.

Caímos na cilada do excesso de conhecimento. Da trajetória já traçada. Do caminho percorrido e já decorado. Voltamos com ex, temos pequenos flashbacks, conhecemos pessoas novas e colocamos nelas as expectativas antigas. Gastamos horas com um futuro que já aconteceu, só para anestesiar o presente. E continuamos seguindo. Às vezes se perguntando. Às vezes só seguindo.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home